Por dívidas de R$ 137 milhões, mais um grupo familiar do agro entra em recuperação judicial

O Grupo Kansas, composto por produtores da mesma família, entrou em recuperação judicial para renegociar passivo de R$ 137 milhões por ordem da juíza Giovana Pasqual de Mello, proferida nesta quinta-feira (20). Integrado por Antonio Carlos Pelissa, Dilamar Zonta Pelissa, Anderson Wilian Pelissa, Cristian Natan Pelissa, o grupo controla a empresa Kansas Transportes Ltda, sediada em Sinop.

Em 1980, os Pelissa iniciaram as atividades com suinocultura, posteriormente expandindo para agricultura com o cultivo de soja, milho e arroz, além do transporte rodoviário de grãos.

Atualmente continuam no transporte e na agricultura, com sede em Sinop e atividades também em União do Sul.

Sustentam que a crise que levou ao pedido de recuperação começou a se agravar em 2021, quando a colheita de soja foi fortemente impactada pelo excesso de chuvas, causando perdas significativas e inviabilizando o cumprimento de contratos.

Em 2022 e 2023, o fenômeno El Niño trouxe seca e escassez hídrica, prejudicando tanto a produtividade da soja quanto a viabilidade da safrinha de milho. Paralelamente, a desvalorização das commodities, o aumento dos custos de produção, o endividamento elevado devido à necessidade de buscar crédito para manter as operações e a crise no setor de transportes agravaram ainda mais a situação financeira.

Tais fatos resultaram num passivo de R$ 137.475.258,91, composto por créditos concursais e extraconcursais, tornando inviável a quitação das obrigações sem uma reestruturação.

Constatando que o Grupo cumpriu todos os requisitos legais da recuperação, a juíza deferiu a medida e determinou a inclusão da expressão “em recuperação judicial” em seus atos e contratos. Também fixou prazo de 15 dias para que os devedores retifiquem as demonstrações contábeis, evidenciando individualmente o saldo devedor de cada um, e corrijam divergências identificadas na relação de credores e no balanço patrimonial.

Foi nomeada como administradora judicial a empresa Credibilitá Administrações Judiciais, com remuneração fixada em R$ 2.190.853,96, a ser paga em 36 parcelas mensais. A decisão também suspende, pelo prazo de 180 dias, a tramitação de ações e execuções contra os devedores, nos termos da legislação vigente.

O grupo tem até 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial. Caso o prazo não seja cumprido, a recuperação pode ser convertida em falência. Durante o processo, os devedores deverão apresentar relatórios mensais de suas atividades e prestação de contas à administradora judicial, sob pena de destituição da gestão.

Fonte: https://www.olharjuridico.com.br/noticias/exibir.asp?id=58035&noticia=por-dividas-de-r-137-milhoes-mais-um-grupo-familiar-do-agro-entra-em-recuperacao-judicial

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