Com 43 empresas dentro do processo de recuperação judicial, o grupo declarou, em seu pedido, passivos totais na ordem de R$ 13 bilhões

O Grupo João Santos, que já foi um dos maiores grupos cimenteiros do país, acaba de colocar à venda ativos não estratégicos, passo tomado após a homologação de seu plano de recuperação judicial no fim da semana passada. A companhia quer, com isso, levantar cerca de R$ 920 milhões.

Dentre os ativos que serão vendidos estão imóveis que pertencem ao patrimônio da Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), razão social da Usina Santa Tereza, localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

A venda de ativos foi uma obrigação estabelecida à companhia ao firmar um acordo para reperfilamento de dívidas com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que endereçou passivos tributários da ordem de R$ 11 bilhões, o que marcou o maior acordo de transação tributária da história brasileira.

O montante a ser obtido com a alienação dos imóveis será destinado ao pagamento de créditos trabalhistas. “A nova gestão está focada no soerguimento e na manutenção do legado e solidez do Grupo, resgatando o prestígio que marcou sua trajetória junto ao mercado e à sociedade brasileira e a importância econômica de seus negócios para o Nordeste e o país como um todo”, disseram, em nota, Nivaldo Brayner e Guilherme Rocha, copresidentes do Grupo João Santos.

Em recuperação judicial desde 2022, o grupo tem dois anos para honrar suas dívidas trabalhistas e com fornecedores. Além dessas dívidas, serão pagos com os recursos levantados com a venda de ativos os valores devidos no empréstimo “debtor-in-possession” (DIP) celebrado com a gestora ARC Capital, além de vencimentos junto à PGFN.

Ainda nos planos da companhia, para seu soerguimento, está a reabertura de mais uma das fábricas de cimento fechadas na administração anterior.

A próxima unidade a ser reaberta será a Itacimpasa, no município paraense de Itaituba.

Hoje, a produção de cimento está concentrada nas fábricas de Cachoeiro do Itapemirim (ES), Codó (MA), Capanema (PA) e Mossoró (RN).

No âmbito das dívidas tributárias, o grupo está negociando dívidas estaduais.

“Essas negociações trarão ao Grupo João Santos novas condições para a reabertura das novas fábricas e, finalmente, a suspensão de medidas judiciais de cobrança das dívidas, agora regularizadas”, diz Brayner, ainda em nota.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2025/02/10/grupo-joo-santos-vai-vender-ativos-e-espera-levantar-r-920-milhes.ghtml