Empresas em crise se tornam alvo de aquisição por valor simbólico e assunção de dívidas

Empresas com graves problemas financeiros e que enfrentam processos de reestruturação têm sido vendidas por valores simbólicos, numa operação em que o comprador assume as dívidas. Esse foi o caso da varejista Dia, companhia em recuperação judicial, negociada por € 100. O controlador espanhol tentou primeiro vender a empresa no Brasil, antes de entrar na Justiça com pedido de proteção contra credores.


Outras operações semelhantes têm ocorrido no país. A companhia de biotecnologia Superbac, que recebeu investimentos do fundo de private equity da XP, também passou para uma empresa specializada em reestruturação. Outra foi a rede de calçados Mr. Cat, comprada pelo fundo HIG. A Rodovias do Tietê se soma à lista – foi vendida pelo valor simbólico de R$ 1, após acordo costurado pela reestruturadora
Starboard.

“Esse tipo de operação no Brasil tem crescido porque o mercado tem se sofisticado e a legislação, evoluído, além do entendimento, tanto do acionista como do credor, de que eventualmente essa pode ser uma alternativa melhor do que uma simples repactuação de dívidas”, resume Renato Azevedo, sócio da gestora Latache.

A estratégia tem sido usada como forma de ajudar fundos a saírem de investimentos problemáticos, e que demandariam muito esforço em um processo de reestruturação. Trata-se, na maioria dos casos, de uma venda a “porteira fechada”, o que significa a transferência dos ativos e também de passivos e outras
obrigações.

Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, diz que a montanha-russa da economia e os efeitos da pandemia, além das crises institucionais no país, afetaram muitas companhias, que tiveram de passar por reestruturação. O Master, segundo ele, participou de compras de companhias por valor simbólico, com assunção das dívidas, por meio do banco ou de veículos financeiros da instituição. Além da varejista Dia, por meio do fundo MAM (sem participação do banco), há outras empresas adquiridas pela instituição, como a Veste (ex Restoque ), dona de marcas do varejo de moda, e também a Metalfrio . “São empresas bem conceituadas, mas que tiveram de passar por reestruturação”, diz.

Fonte: https://valor.globo.com/impresso/noticia/2024/08/07/empresas-em-crise-se-tornam-alvo-de-aquisicao-por-valor-simbolico-e-assuncao-de-dividas.…

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