Conglomerado do agro entra em recuperação judicial para renegociar R$ 122 milhões

Grupo Master Grãos Obtém Recuperação Judicial em Face de Dívidas de R$ 122 Milhões

A juíza Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, concedeu a recuperação judicial solicitada pelo grupo Master Grãos, que acumula dívidas no valor de R$ 122 milhões. Dessas, aproximadamente R$ 24 milhões foram contraídos junto a instituições financeiras. A decisão foi tomada no início de agosto, quando a juíza reconheceu que o grupo atendeu a todos os requisitos necessários para o processamento da recuperação, permitindo assim um prazo para a elaboração do plano de recuperação e protegendo o patrimônio das empresas de ações executivas.

O Master Grãos, que opera há mais de dez anos em Sinop, é composto pelas empresas Master Comércio e Exportação e Cereais, R.M. Agrícola e Master Log. O conglomerado apresentou à justiça os fatores que culminaram na sua crise econômico-financeira e o consequente pedido de reestruturação.

Fundado em 2011 pelos sócios Márcio Cezar Duarte de Menezes e Renan Assenção de Paula, o grupo começou com a Master Comércio, que oferecia produtos e serviços relacionados à originação de grãos. Em 2013, foi criada a R.M. Agrícola, que, em 2016, expandiu suas operações para Cuiabá, focando no esmagamento e comércio de soja.

Com objetivo de ampliação das áreas de comercialização, armazenagem de milho e soja, além do abastecimento de nichos específicos no mercado doméstico e de exportação, o grupo diversificou suas operações para o setor logístico no norte de Mato Grosso e Sul do Pará, estabelecendo uma nova filial em Castelo dos Sonhos – PA. Essa estratégia permitiu ao conglomerado expandir suas atividades para os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, embora para tal expansão tenha buscado captação de recursos no mercado financeiro.

O impacto da pandemia da Covid-19 em 2021 e as chuvas que dificultaram o escoamento de grãos para o porto de Miritituba, no Pará, afetaram significativamente as operações do grupo. Com mais de 80% dos contratos firmados destinados a esse porto, as precipitações tiveram um efeito devastador nas atividades empresariais.

Além disso, o aumento repentino no preço do óleo diesel em 2022 elevou os custos de frete, resultando em prejuízos para os transportadores rodoviários. A seca enfrentada no norte do país em 2023 também comprometou as operações, uma vez que a crise hídrica aumentou os preços dos fretes devido às dificuldades no escoamento fluvial, especialmente pelo porto de Miritituba.

Frente a esses desafios, o Grupo Master Grãos não teve alternativa senão solicitar a Recuperação Judicial, com um passivo total de R$ 122.925.474,64. Dentre os credores, destacam-se os bancos Mercedez Benz do Brasil e Banco Volvo, com dívidas que somam cerca de R$ 24 milhões, além de um débito de R$ 2,6 milhões com o Banco Pine S.A. Confira a relação completa dos credores abaixo.

Fonte: https://www.olharjuridico.com.br/noticias/exibir.asp?id=55860&noticia=conglomerado-do-agro-entra-em-recuperacao-judicial-para-renegociar-r-122-milhoes-veja-credores&edicao=1

×

 

Contato pelo WhatsApp

 

×